Bordado
Ninguém sabe com precisão
quando surgiu o bordado. Desde a pré-história já percorreu muitos caminhos. Na
Europa só por volta de 1700 passou a ser divulgado da França para o restante do
continente. No Brasil ganhou força com a
colonização portuguesa pela similaridade com as rendas. Era um dos passatempos preferidos das esposas
dos exploradores, intimidadas pelo novo mundo e sem os prazeres da corte. No Rio
Grande do Norte existe forte eco desta tradição lusa na região seridoense, onde
foi identificado um bordado típico da Ilha de Madeira. Esta herança ganharia
aqui, contudo, contornos e temperos bem potiguares.
Diferente da Renda, cujos fios
são entrelaçados até formar, com seus desenhos, uma malha aberta, o bordado é
realizado sobre o tecido. Os mais utilizados como base são o linho, percal, e o
poli algodão. Nestes tecidos são
desenhos os “motivos”, normalmente flores e animais, preenchidos por bordados
conhecidos como ponto cheio, ponto de cruz, matizado e crivo (em Pernambuco)
.
As mulheres do Seridó
enriqueceram os bordados de origem portuguesa com cores vivas, fauna, e flores
típicas do Nordeste. O mais comum deles, o matizado, com seus desenhos
delicados de flores silvestres, ganhou fama e hoje é reconhecido em todo o
Brasil.
A força do bordado naquela
região resultou na criação de dezenas de cooperativas e associações que geram
rendas e ajudam a movimentar a economia de municípios como Caicó, Serra Negra
do Norte, Jardim do Seridó, Pedro Avelinho, Timbaúba dos Batistas, São José do
Seridó, Carnaúba dos Dantas e Currais Novos.
O SEBRAE, com seu programa de
Artesanato, apoia algumas das principais cooperativas do setor, como a
Associação das Bordadeiras do Seridó, que conta com 300 sócias cooperadas, e a
Associação de Artesãos de Pedro Avelino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário