sexta-feira, 19 de julho de 2019


Bordado
Ninguém sabe com precisão quando surgiu o bordado. Desde a pré-história já percorreu muitos caminhos. Na Europa só por volta de 1700 passou a ser divulgado da França para o restante do continente.  No Brasil ganhou força com a colonização portuguesa pela similaridade com as rendas.  Era um dos passatempos preferidos das esposas dos exploradores, intimidadas pelo novo mundo e sem os prazeres da corte. No Rio Grande do Norte existe forte eco desta tradição lusa na região seridoense, onde foi identificado um bordado típico da Ilha de Madeira. Esta herança ganharia aqui, contudo, contornos e temperos bem potiguares.



Feito originalmente à mão apenas com agulha e linha colorida, o bordado hoje se industrializou. Raríssimas são as bordadeiras que trabalham manualmente. A máquina de costura mudou definitivamente o velho hábito e dominou esse tipo de artesanato no Rio Grande do Norte. Somente os enxovais de bebê, pelo tamanho da peça, têm bordados feitos à mão.

Diferente da Renda, cujos fios são entrelaçados até formar, com seus desenhos, uma malha aberta, o bordado é realizado sobre o tecido. Os mais utilizados como base são o linho, percal, e o poli algodão.  Nestes tecidos são desenhos os “motivos”, normalmente flores e animais, preenchidos por bordados conhecidos como ponto cheio, ponto de cruz, matizado e crivo (em Pernambuco)
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As mulheres do Seridó enriqueceram os bordados de origem portuguesa com cores vivas, fauna, e flores típicas do Nordeste. O mais comum deles, o matizado, com seus desenhos delicados de flores silvestres, ganhou fama e hoje é reconhecido em todo o Brasil.
A força do bordado naquela região resultou na criação de dezenas de cooperativas e associações que geram rendas e ajudam a movimentar a economia de municípios como Caicó, Serra Negra do Norte, Jardim do Seridó, Pedro Avelinho, Timbaúba dos Batistas, São José do Seridó, Carnaúba dos Dantas e Currais Novos.
O SEBRAE, com seu programa de Artesanato, apoia algumas das principais cooperativas do setor, como a Associação das Bordadeiras do Seridó, que conta com 300 sócias cooperadas, e a Associação de Artesãos de Pedro Avelino. 

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