terça-feira, 25 de junho de 2019

Renda Renascença


Renda renascença é o termo mais conhecido para descrever a técnica artesanal na maior parte do Brasil, entretanto, dependendo do local pode ser também conhecida por outros nomes, como por exemplo renda inglesa no estado da Bahia e renda irlandesa.

No que se refere ao termo irlandesa, há fundamento histórico no seguinte fato: No que se refere ao termo irlandesa, há fundamento histórico no seguinte fato: entre as tentativas para evitar o desaparecimento da renda com a revolução industrial, várias iniciativas surgiram a partir de 1872, sob a proteção de Margarida de Savoia, entre as quais o estímulo deste tipo de artesanato nos conventos irlandeses. Sabe-se, por outro lado, que as religiosas estrangeiras foram as principais responsáveis pela educação no Brasil até meados deste século, influenciando, de forma significativa, nos tipos de trabalhos ensinados às alunas. Daí a correlação da renda elaborada em conventos irlandeses e sua difusão, chegando até aqui com esta designação.





O nome renascença está relacionado ao estilo próprio dessa época – emprego abundante de arcos, meandros e florões, que caracterizam esta modalidade de renda.




No tocante à denominação renda inglesa, observa-se o seguinte: a renda flamenga do século XVII chegou à Inglaterra e foi difundida com o nome de ‘ponto da Inglaterra’, com influências recebidas, sobretudo, de Bruges. 


Quando se estabeleceu o intercâmbio comercial entre o Brasil e aquele país, destacou-se a exploração de pedras preciosas no município de lençóis, na Bahia, onde se concentravam a chegada de manufaturas europeias e principalmente produtos ingleses. Daí até hoje, usar-se a expressão renda inglesa nesse estado.





A renda irlandesa tem como polos de produção: no estado de Pernambuco, o município de Poção, irradiando-se não só pelas cidades circunvizinhas, como Pesqueira, Custódia, Sertânia, mas por localidades limítrofes do estado da Paraíba, Sumé e Monteiro.

Em Sergipe, destaca-se o município de Divina Pastora, já havendo também produção em N.S da Glória. Na Bahia, Paulo Afonso constitui-se o principal polo produtor. 

Merece referência especial a renda elaborada no Rio Grande do norte, no município de Santo Antônio, feita com sisal. Há uma diferença entre a renda irlandesa produzida em Pernambuco e a elaborada em Sergipe. Essa distinção consiste basicamente na matéria prima empregada, além de algumas variações no processo de feitura. Em Sergipe é usado o lacê de seda, de forma um pouco cilíndrica ou roliça; nos demais estados, o lacê é de algodão, de forma achatada, como uma fita – fitilho.


Para fazer a renda irlandesa, a artesã segue as seguintes etapas:
- Risca o desenho a ser elaborado no papel;
- cola o papel de seda em um papel grosso;
- alinhava o lacê ou fitilho no papel, seguindo as formas do desenho;
- fixa o papel com o lacê já alinhavado em pequena almofada ou travesseiro;
- usa a agulha e linha para, com pontos diferentes e ornamentais, preencher os vazios do desenho, interligando as formas contornadas com lacê ou fitilho;
- a renda é feita de maneira que o direito fica para dentro, o exposto no papel é o avesso ao terminar é retirado o papel;
- finalmente, a peça é engomada ou passada a ferro.


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